Eu não vou mais me adiar
Eu não vou mais aceitar menos do que decerto eu mereço
Eu não vou mais implorar por falsas companhias
Eu não vou mais me acostumar, dizendo coisas que eu finjo gostar, mas que na realidade, não se encaixam
Eu não vou mais pertencer ou ter de caber em espaços menores do que a minha existência
Eu não quero mais ter de me demorar num lugar onde pouco me e ofertado
Eu quero saber a hora de sair
Eu não quero ter de me prolongar onde não se ha mais tempo
Quero perceber antes de todos quando já estou atrasado, quando ali já não for mais minha morada
Quero saber sair quando ali ja não for mais a minha morada
Eu não quero mais ter de aceitar migalhas de ninguém
Não quero ter de me contentar com pouco
Quero que a troca seja igualmente proporcional
Quero reciprocidade
Eu não vou mais me limitar
Ah, mas o que as pessoas vão pensar?
Bom, pensem o que quiserem, já não me importo mais também
Eu não vou mais relevar esses pobres velhos costumes e discursos
Eu não vou me aquietar, sorrir como quem acata o gesto, o jeito, o erro
Eu não vou mais enterrar meus desejos na vala pelos outros
Já fiz muito
Hoje não faço mais
Não vou mais satisfazer as vontades de pessoas que não me contemplam
Eu não vou mais me alinhar com verdades repetidas e obsoletas
Não procuro nada em absoluto
Sou melhor quando tráfego na relatividade e nas incertezas
Aprendo mais quando não me vejo estável
Detesto estar confortável e estagnado em convenções e pre-determinações
Odeio gente muito certa de si e que so distribuem opiniões não solicitadas
Ja vivi suficiente para entender que o absoluto é frágil
Odeio a ideia de ja saber de tudo
Quero ser ignorante em algo e assim me sentir sempre aprendendo
Quero me surpreender com o que ainda e novo para mim
Eu não vou permitir me calar diante de todo meu inconformismo
Eu não quero mais ter de salvar ninguém, além de mim mesmo
Ja cansei de não me querer bem para obter o sorriso de outros
Eu não vou mais me menosprezar e nem mesmo deixar de reconhecer minha própria grandeza
Eu vou, a partir de agora, so alardear aos quatro ventos a magnitude de ser quem eu sou
Ao passo que eu envelheco, me torno melhor para mim
Eu não vou mais me concentrar nos problemas dos outros e deixar que a minha vida continue sendo um caos permanente
Não vou mais me desagradar na tentativa de coletar supostas aceitações
Eu to bem do jeito que to
Depois de resoluções como estas, é natural que muitos se distanciem
Daí eu terei tempo para mim e minhas próprias questões, tempo para contemplar o meu mundo sem interrupções
Eu não quero nada que seja perecível ou com data de validade.
So vale o que for eterno
So vale o que for etéreo
Eu não quero mais ter de correr atras de nada
Eu so quero aquilo que estiver ao meu alcance
Aquilo que os olhos puderem ver
Aquilo que está por perto
Aquilo que for palpável
Aquilo que e possível
Aquilo que for fácil
Aquilo que dura