Era a mais linda do jardim
Mas também a mais triste
Mesmo sorrindo, sua agonia era constante
Ela era vibrante, mas sofria
Mesmo sorrindo, chorava
Florescia toda manhã, bela e rosa
Adorava o sol
Diferente das outras, ela não queria raizes
Sonhava com asas
Queria voar para longe do seu jardim
Sonhava em ser borboleta
Queria poder estar em vários lugares
Queria estar onde quisesse
Implorava por asas
Queria voar
Ela queria ir para longe
Ela não cabia nela
Ela era demais para o corpo que lhe deram
Amava quando o vento lhe espalhava
Brincava de um lado para o outro, mas não saía do seu lugar
Com o vento, ela se sentia em movimento
Era a vida lhe preparando
Era como se ela, mesmo presa ao solo, tivesse uma prévia do que significava ser livre
Ela almejava se libertar
Ela queria ir embora
Ela queria sair de dentro de si
Buscar a vida fora do que já lhe era comum
Se via frescor nela
Tinha um aroma cativante
Mas ela agonizava, quase sempre
Morria e renascia com frequência
Ela não obedecia às estações
Era diferente das demais
Era docemente rebelde
Um dia conseguiu sair
Se rebelou
Sabe-se lá como isso se deu
Quando notaram, ela já não fazia mais parte daquele belo jardim
Saiu sem se despedir das demais
Se desprendeu do que lhe aprisionava
Nunca mais se viu outra flor como aquela
Tomou seu rumo, se deixou levar
Quem ficou, chora até hoje
Não é mais o mesmo jardim
Nem nunca mais será
Oiii Fe,
Você conseguiu me descrever de uma maneira que impressiona. ]
Utilizou as palavras certas , em um ritmo melhor ainda!
Você enriqueceu o texto usando metáforas , a que mais gostei foi o “jardim” em que a personagem Erika vivia.
Parabéns !!! Sei que voará cada vez mais alto,porque quem tem competência se estabelece.